segunda-feira, 30 de junho de 2008

Valor e aplicação da terapia psicológica via Internet


Valor e aplicação da terapia psicológica via Internet
Autor: Alberto Bermejo Mercader
ano: 2001


Palavras-chave: Internet, terapia via Internet, terapia on-line, terapia off-line, dependência de Internet, dependência de sexo, telesaúde, ciberpsicologia, interacção hiperpessoal, correio electrónico (e-mail), terapia cognitiva, sexo

Resumo

As aplicações da Internet no âmbito da psicologia estão a crescer. Neste artigo fazemos uma breve revisão sobre uma área relativamente jovem - a terapia através da Internet - e comenta-se alguns estudos significativos realizados neste âmbito. Desta forma, explora-se a sua utilidade, a sua aplicabilidade, as questões éticas e as suas vantagens, dificuldades e eficácia. Finalmente, apresenta-se um estudo de caso (dependência do sexo na Internet) como exemplo de uma aplicação clínica de tele-assistência utilizando correio electrónico e Internet.

EFICÁCIA DA "TERAPIA PSICOLÓGICA" POR INTERNET

Se bem que, em termos de eficácia, nada seja comparável à psicoterapia tradicional “face-a-face”, são muitos os pacientes que podem beneficiar de uma "terapia à distância" mediante a utilização da internet. É certo que falar de "terapia à distância" talvez seja levar demasiado longe a capacidade do psicólogo para resolver os problemas de comportamento de um paciente. Efectivamente, será possível conseguí-lo? Deve a internet limitar-se exclusivamente a ser um meio de consulta ou orientação psicológica e esquecer o seu eventual uso como instrumento de "tratamento"? É a internet uma ferramenta potencialmente útil para levar a cabo uma terapia psicológica?

Um tratamento psicológico via internet pode ser levado a cabo com êxito nas seguintes situações:

• O paciente tiver dificuldades em recorrer à intervenção de um profissional na sua localidade.

• A perturbação do paciente o impedir inicialmente de recorrer à intervenção do psicólogo (por ex. problemas agorafóbicos, fobia social, etc.)

• Nos casos de transferências ou ausências por causas diversas.

• Se o paciente deseja manter-se no anonimato.

• Se a perturbação que apresenta não o impede de seguir instruções à distancia quanto à aplicação de estratégias e técnicas terapêuticas.

• Mostra facilidade de comunicação por esta via e competência na hora de trocar informação com o terapeuta sobre o seu problema.

• Embora podendo recorrer a um psicólogo perto da sua área de residência opta por este meio por estar familiarizado com este e por dispôr de recursos pessoais suficientes para abordar os seus problemas com apoio psicoterapêutico à distancia.

• A perturbação ou problema apresentado não são graves ou muito graves.

Não obstante, pode-se enumerar alguns inconvenientes no desenvolvimento de uma terapia por internet ou à distancia (não incluindo a vídeo-conferência), entre os quais se pode destacar:

Ausência de comunicação não-verbal: No âmbito das Competências Sociais a comunicação não-verbal ocupa um lugar de destaque na hora de estabelecer um diagnóstico ou durante o estabelecimento de novas competências em pessoas com carências a este nível. As estratégias fundamentadas na comunicação não-verbal são indispensáveis em muitos programas de intervenção. Pessoas com problemas que denotam um déficit nesta área não ganharão particularmente com uma terapia por internet.

Dificuldade (não impossibilidade) no estabelecimento de uma boa relação terapêutica: Os mandamentos "Rogerianos" de congruência, empatia e aceitação incondicional são difíceis de se estabelecer durante uma comunicação por chat (mensagens escritas) na Internet, precisar-se-ia de um bom domínio da linguagem e da comunicação escrita emocional. Numa intervenção que utilize programas de audio-conferência poderia contornar-se facilmente este inconveniente.

Ausência de espontaneidade/naturalidade: São difíceis de transmitir numa intervenção por chat escrito.

O problema da assincronia: É relevante na la terapia por e-mail, ou seja, mediante o intercâmbio de mensagens de correio electrónico. É frequente observar que os pacientes preferem respostas imediatas aos seus problemas e não aceitam demoras excessivas no seu correio.

Dificuldade na avaliação do paciente: Quanto mais se sabe sobre o paciente, mais dados se tem para identificar os problemas que este apresenta. Não dispôr de informação verbal e não-verbal do paciente retirará fiabilidade e validade ao diagnóstico, o qual dependerá excessivamente da administração de testes e questionários e do que aquele escrever.

Alargamento da terapia no tempo: Se não se utilizar áudio durante a comunicação terapêutica por internet, um tratamento psicológico pode extender-se no tempo excessivamente, já que o volume de informação que pode ser trocado por escrito será sempre inferior e mais lento do que se a sua transmissão utilizasse um sistema de áudio.

O problema da segurança e da confidencialidade, sempre presente na Internet: No Journal of the American Medical Informatics Association: "Guidelines for the Clinical Use of Electronic Mail with Patients" apresentam-se algumas instruções e recomendações acerca da utilização do correio electrónico com pacientes ao nível dos seus aspectos legais, éticos, de confidencialidade e de segurança da comunicação. Os critérios em questão poderão ser encontrados nos seguintes endereços: www.amia.org/pubs/pospaper/positio2.htm e www.amia.org/pubs/pospaper/positio2.htm

A dificuldade na implementação do tratamento: Como promover a motivação dos nossos pacientes? Como acompanhar a execução das tarefas que põem em prática? Como aplicar estratégias como o relaxamento, a dessensibilização sistemática, a reestruturação cognitiva, etc.? Tudo exige, no mínimo, muita imaginação.

A utilização exclusiva de texto (correio ou chat): O processo pode perder robustez do ponto de vista "sensorial" ao não incluir a imensa gama de “tons” e “cambiantes” que se verificam e observam numa intervenção presencial. Numa intervenção “cara a cara”, provavelmente utilizam-se três ou mais sentidos: a visão, a audição, o olfato, o tacto, etc...

A "invisibilidade" do terapêuta: Pode ser geradora de ansiedade ou confusão por parte do cliente não adaptado ao uso das novas tecnologias na comunicação terapêutica.

Entre as vantagens da terapia on/off-line destacamos:

• O aumento da frequência do contacto terapêutico: Não é preciso que se limite a umas quantas marcações pré-determinadas, sendo que se podem estabelecer comunicações mais frequentes (por eexemplo, diárias) com facilidade caso sejam prescritas, ou simplemente utilizar o correio electrónico como instrumento de contacto entre marcações presenciais mais espaçadas.

• Consultas mais simples, esclarecimentos, apoio ou aconselhamento psicológico são modalidades que podem ser levadas a cabo com toda a eficácia mediante o correio electrónico ou chat. Com frequência os pacientes simplesmente procuram informação relevante para o seu problema. Uma resposta clara e acertada, acompanhada por manuais ou guias de interesse ou ainda alguma bibliografia seleccionada pode ser uma forma adequada de aconselhar um paciente sobre o seu problema.

• A utilização do computador circunscrito a uma comunicação por internet facilita a possibilidade de arquivar na íntegra toda a comunicação estabelecida entre o psicólogo e o paciente.

• A flexibilidade do meio, o qual admite múltiplas formas de comunicação (chat, vídeo-conferencia, correio, comunicação telefónica, envio de arquivos, etc.), é sempre uma vantagem a destacar.

• Um tratamento através de comunicação escrita à distância facilita uma análise mais exaustiva da componente verbal, muito valorizada em modelos e escolas de orientação cognitiva: reestruturação cognitiva, terapia racional emotiva, centração na resolução de problemas, psicoterapia cognitivo-narrativa, terapia linguística de avaliação, etc. (Caro, 1997).

• A Internet favorece a rapidez na transmissão de informação e facilita a comunicação, inclusivé em pessoas com déficits de assertividade.

• Podem beneficiar de um tratamento por internet pessoas implicadas no trabalho na web e que se identifiquem com as mudanças que o desenvolvimento das novas tecnologias acarretam. Estas pessoas acomodar-se-ão facilmente a relações terapêuticas "hiperpessoais" (Walther, 1996) o que incrementará a sua motivação para a mudança, a sua adesão à terapia e a sua percepção de auto-eficácia.

• A "invisibilidade" do terapeuta pode favorecer a confidencialidade e o self-disclosure. O paciente pode ver-se, desta forma, menos tenso ou receoso caso tenha a percepção de que, ao expôr-se “cara-a-cara” numa psicoterapia com moldes “clássicos”, o seu problema psicológico poderá provocar a rejeição do psicólogo.

TRATAMENTO VIA E-MAIL: UM CASO

De seguida, comenta-se brevemente a intervenção que o autor realizou, utilizando, como meio de comunicação, o correio electrónico, num caso de dependência do sexo na internet. Neste sentido, exemplifica-se como se pode levar a cabo uma terapia off-line com o uso da internet.

Desde um ponto de vista metodológico, deve-se ter sempre em conta as limitações dos estudos de caso único ao nível da generalização de resultados.

A “dependência da internet”, como qualquer outra dependência cultural ou social (compras, trabalho, jogo, etc...) é semelhante, em muitos aspectos, à dependência de sustâncias (Echeburúa, 1994). Algumas pessoas que utilizam a internet de forma abusiva, quase exclusiva e descontrolada e interferindo na sua vida social e/ou laboral e/ou abandonando outras actividades, podem desenvolver uma dependência da internet (Bermejo, 1999). Na dependência do sexo na internet é fácil encontrar indicadores e evidências de dependência tanto quanto à internet como quanto à busca de estímulos sexuais na web para concretizar as suas próprias fantasias ou comportamentos relevantes na perturbação.

O caso que nos ocupa é o de um homem de 2X anos, solteiro, com parceira estável (durante vários anos e com uma boa relação). Verifica-se também uma boa adaptação no âmbito social-laboral. Em relação ao uso da web para a busca de páginas e chats de sexo/fantasias/excitação/masturbação, o paciente apresentava o seguinte quadro:

- Sinais de tolerância

- Síndrome de abstinência

- Frequente acesso à web

- Desejo persistente de limitar o uso da internet

- Importante inversão do tempo na internet

- Redução de actividades lúdicas ou sociais e persistência no uso da internet apesar de tudo

- Desejo incontrolável de "consumo sexual" no ciberespaço.

Como consequência da sua dependência, os seus problemas com a companheira aumentaram (diminuindo significativamente a frequência de contactos sexuais "reais" com esta), foram identificados problemas no foro laboral, a presença de pensamentos de culpabilidade e diversas alterações emocionais.

Para a avaliação decidi apoiar-me nos documentos escritos trocados por correio e em alguns questionários e auto-registos com os seguintes resultados:

* Questionario autobiográfico.

* ISRA (Inventário de Situações e Respostas de Ansiedade) de Miguel Tobal e Cano Vindel.

Pontuações: C(pc30), F(pc40), M(pc 20), Total: (pc25). Não se observaram sinais significativos de ansiedade.

* BDI (Beck).

Pontuação: 13. Depressão leve.

* MCMI-II. Inventário Clínico Multi-axial de Millon-II. Theodore Millon.

Pontuações (TB) das escalas mais significativas: Ansiedade (75), T. Abuso drogas (89), Narcisista (90), Agressivo/sádico (119), Passivo/agressivo (116). Observou-se uma possível perturbação de personalidade (o paciente rejeitou parcialmente estes resultados, estando disposto a seguir exclusivamente uma terapia centrada nos seus problemas "cibersexuais"). É difícil formular um diagnóstico definitivo sem poder contar com uma entrevista presencial mais extensa.

* Outros auto-registos

Entre os quais se conta um teste de dependência do sexo do “Grupo de Sexo-dependentes Anónimos”. Na figura 1 é apresentado um dos auto-registos elaborados pelo paciente.

O tratamento começou em Junho de 1999 e teve uma duração aproximada de três meses, com uma frequência de contacto por internet de uma vez por semana via email (com anexos). O paciente enviava informação com maior periodicidade. Os questionários de avaliação foram remetidos por correio convencional ao endereço postal do paciente, os quais foram devolvidos após correctamente preenchidos. O restante da intervenção manteve-se exclusivamente mediante correio electrónico. Com o primeiro envio postal de testes e questionários foi disponibilizada ao paciente uma cassete para relaxamento gravada propositadamente para este, e a qual consistia numa combinação de treino autogénico e auto-hipnose com adição de auto-instruções e auto-afirmações relacionadas com o seu problema. Foi estabelecido o compromisso de que levaria a cabo o exercício diariamente.

Com a mensagem de correio electrónico sempre se acrescentam anexos ou material de interesse para a terapia: informação sobre etiologia psicológica de algumas perturbações, psicologia da aprendizagem, planificação de actividades, informação psicológica diversa (ansiedade, depressão, dependência do sexo e internet, etc.), instruções para realizar exercícios e tarefas, treino de auto-instruções, centração na resolução de problemas, etc. As mensagens de correio destinavam-se a:

1. Substituir a entrevista terapêutica “cara-a-cara”.

2. Motivar o cliente para cumprir com o tratamento.

3. Responder a todas as suas dúvidas e questões (informação).

4. Perguntar continuadamente sobre a sua evolução e o ritmo de realização das suas tarefas, reforçando, dentro do possível, o seu cumprimento das instruções à distância.

5. Inserção de instruções directas e personalizadas de realização de actividades e tarefas para superar a sua perturbação.

6. Reestruturação cognitiva de algumas ideias distorcidas em relação à sua companheira e ao sexo.

7. Manter, dentro do possível, uma relação terapêutica empática.

Ver Figura 1

O tratamento consistiu em:

1) Proposta de abstinência do uso da internet com fins sexuais.

2) Abstinência sexual (evitamento de contactos sexuais com a sua companheira e/ou masturbação durante as primeiras semanas).

3) Uso restrito da internet e controlo de estímulos.

4) Treino de relaxamento (para reduzir a sua ansiedade auto-informada).

5) Instruções e informação para controlar a sua ânsia por aceder a páginas e fóruns de conteúdo sexual.

6) Incremento de actividades positivas e agradáveis externas à internet.

7) Treino em auto-instruções.

8) Lentamente, recuperação da actividade sexual normal com a sua parceira, controlando as suas fantasias no possível (centrando-as na sua relação com ela) e mantendo a abstinência no comportamento de masturbação.

9) Numa fase posterior, exposição a estímulos sexuais na internet sem efectuar comportamentos masturbatórios, com o objectivo de fortalecer a sua "recuperação subjetiva" e ganhar auto-confiança.

10) Auto-controlo na utilização da internet, uma vez superado o passo 9.

11) Sugestão de mudanças do seu estilo de vida actual e estratégias de resolução de problemas.

12) Prevenção de recaídas.

Na finalização, o paciente manifestou um controlo significativo de todos os seus problemas, uma diminuição das suas alterações emocionais, uma recuperação da sua satisfação (no casal, na vida laboral, etc.), iniciando-se um processo de "eliminação" dos seus sentimentos de culpabilidade. A pontuação no BDI foi de 2; contudo, não se observaram mudanças nas pontuações no ISRA. Na Fig. 2 pode observar-se uma transcrição de uma das últimas mensagens do paciente. Durante alguns dos meses posteriores, o paciente remeteu breves mensagens confirmando o seu controlo sobre o seu problema, tendo normalizado a sua sexualidade e evitando aceder a websites de conteúdo pornográfico.

Ver Figura 2

CONCLUSÕES

A psicologia clínica não deve alhear-se dos contínuos avanços que se produzem no âmbito da comunicação e das novas tecnologias, esperando-se que a terapia psicológica por internet experimente um notável desenvolvimento no nosso país.

A oferta de profissionais na internet é muito extensa nos EUA e uma boa demonstração desse facto são os numerosos livros, publicações, fóruns e páginas web que existem sobre o tema, com informação sobre como desenvolvê-la, sobre as suas potencialidades, as suas vantagens e desvantagens, os problemas éticos e legais, os seus limites ou o modo de combinar esta nova forma de entender a psicología com a clínica clássica.

É merecedor de uma menção especial a importância e o papel desempenhados pela linguagem e pelas trocas de mensagens escritas neste tipo de comunicação terapêutica. As novas orientações cognitivas narrativo-construtivistas dão um ênfase especial às construções e às histórias que o paciente relata, sendo a linguagem e a sua construção elemento de diagnóstico e de mudança terapêutica. A combinação da internet com tratamentos cognitivos fundamentados no material escrito do paciente pode produzir resultados interessantes, uma vez que existe a possibilidade de avaliação empírica em virtude do armazenamento informático dos conteúdos envolvidos.

É necessário que os “Colegios de Psicólogos de España” comecem a regulamentar e organizar a actividade terapêutica por internet e à distancia, abordando as questões éticas e legais implicadas, garantindo e acreditando a autenticidade e a fiabilidade dos psicólogos que disponibilizam estes serviços na internet, à semelhança do que é feito nos Estados Unidos por entidades privadas.

Sendo esta actividade relativamente jovem, é necessário incrementar os estudos e investigações para abordar os novos problemas que podem gerar-se nesta área e avaliar o seu impacto, a sua utilidade, a sua importância, as suas consequências, os seus custos, a sua exequibilidade, a sua eficácia, os limites da intervenção à distância, as considerações éticas e legais, etc.

Um grupo recentemente criado nos Estados Unidos [International Society for Mental Health Online (ISMHO) - ver www.ismho.org] abraçou este desafio, começando a sugerir novos objectivos, promovendo discussões e resoluções construtivas no âmbito da terapia por internet. O caminho a percorrer é longo, mas está aberto. Desafiemos, então, todos os entusiastas da psicologia e das novas tecnologias a que o percorram e nos mostrem os segredos e as potencialidades do desenvolvimento da terapia psicológica por internet num futuro surpreendentemente actual.

BIBLIOGRAFIA

* Allen, Brenda J. (1995): Gender and computer-mediated communication. Sex Roles. Vol. 32(7-8), Apr 1995, 557-563.

* Azy Barak, Phd (1999): Psychological Applications on the Internet: A Discipline on the Threshold of a New Millenium. Applied and Preventive Psychology, 8, 231-246.

* American Association of Applied and Preventive Psychology.

* Baron, Naomi S. (1998): Letters by phone or speech by other means: The linguistics of email. Language & Communication. Vol 18(2), Apr 1998, 133-170.

* Bermejo, Alberto F. (1999): Adicción a internet. Revista Informação Psicológica. Agosto 1999. Núm. 70, 27-30. Valencia.

* Caro, Isabel (comp.) (1997): Manual de psicoterapias cognitivas. Editorial Paidos; Barcelona.

* Clark, Lynn Schofield (1998): Dating on the Net: Teens and the rise of "pure"

relationships. Jones, Steven G. (Ed); et Al. Cybersociety 2.0: Revisting

computer-mediated communication and community. New media cultures, Vol. 2

(pp. 159-183). Thousands Oaks, CA, USA: Sage Publications, Inc XVII, 238.pp.

* Echeburúa, Enrique (1994). Evaluación y Tratamento de os Trastornos Adictivos. Fundación Universidad Empresa. Madrid. * Fink Jeri (Ed.) (1999): How to use computers and Cuberspace in the Clinical Practice of Psychotherapy, Londres, Jason Aronson.

* Gackenback Jayne, (1998): Psychology and the Internet. San Diego, Academic Press.

* Prieto J.M. y Kronheim, S. (2000): International Handbook of Cyberpsichology, Boston Adison-Wesley.

* Rothchild, Ellen (1997). E-mail therapy. American Journal of Psychiatry. Vol 154 (10), Oct 1997, 1476-1477.

* Saphiro, Daniel Edward; Schulman, Charles Eric (1996): Ethic and legal issues in e-mail therapy. Ethics and Behavior. Vol 6 (2), 1996, 107-124.

* Schneider, Paul L. (1999 a): Psychotherapy Using Distance Techology: A Comparison of Outcomes. Peper presentation: American Psychological Association 1999. Boston.

* Schneider, Paul L. (1999 b): Mediators of Distance Communication Techologies in Psychotherapy: Development of a Measure. Paper/Poster presented at American Psychological Association 1999: Boston.

* Spielberg, Alissa R. (1998): On call and online: Sociohistorical, legal, and ethical implications of E-mail for the patient-physician relationship. JAMA: Journal of the Americal Medical Association. Vol 280 (15), Oct 1998, 1353-1359.

* Walther, Joseph B. (1996): Computer-mediated communication: Impersonal, interpersonal, and hyperpersonal interaction. Communication Research. Vol 23(1), Feb 1996, 3-43.

Wilson, Geraldine; Lester, David (1998): Suicide prevention by e-mail. Crisis Intervention & Time-Limited Treatment. Vol 4













































Na vida real como na tela do computador


Jornal Gazeta do Sul
Santa Cruz do Sul Ano 63 - sábado e domingo, 24 e 25 de março de 2007

Na vida real como na tela do computador

“As paredes escuras e úmidas tornam o ambiente mais frio. Ouço passos. Ainda em busca de um kit médico, me escondo. Alguém passa apressadamente. Ouço a explosão na sala ao lado. Ele foi atingido por granadas, talvez morto. Fico apreensivo em sair de meu esconderijo – há muitos outros como eu aqui, todos querendo manter-se vivos e ganhar. Mas não tenho chance, fraco e machucado como estou, mesmo que permaneça escondido... Saio correndo, desesperadamente. Posso ouvir nitidamente minha respiração ofegante. Entro por um corredor repleto de vitrais... Como mágica, apareço em outra parte do labirinto, praticamente desarmado... Nova tentativa, quantas eu quiser. Exploro o salão em que estou e sigo à direita. Encontro um lançador de granadas...”.

O relato acima mostra como pensa uma pessoa praticante de jogos on-line. Na declaração apresentada por meio do um site no qual é oferecido tratamento psicológico para viciados em internet, o jogador deixa claro a mistura de sentimentos entre o real e o virtual. Como a maioria dos games opera em primeira pessoa, o competidor tem a sensação de estar vendo as mesmas imagens que o personagem de computador e acaba transferindo essas sensações para a vida real.

“A vivacidade da experiência em jogos eletrônicos é fascinante para os aficcionados. Tão fascinante que há quem se vicie neste tipo de jogo. Ficar muitas horas frente ao computador, abdicar do sono e desinvestir das relações sociais são alguns dos sintomas desse novo tipo de compulsão que tende a criar um novo estereótipo: os viciados em jogos eletrônicos”, explica o psicólogo Marcelo Salgado. Natural de Fortaleza, ele foi um dos primeiros brasileiros a criar um serviço de apoio para viciados em internet na própria rede mundial de computadores. O site www.fortalnet.com.br/psyberterapia divulga o trabalho de cyberterapeuta que funciona com atendimento por e-mail. Desde 1997, Salgado vem pesquisando essa nova metodologia e já prestou centenas de atendimentos.

Para ele, a dependência de jogos eletrônicos pode representar uma nova forma de compulsão. Contudo, salienta que esse tipo de comportamento atinge uma minoria de usuários. “O que pede mais reflexão antes de julgarmos se a tecnologia dos jogos em rede é realmente mais uma das ameaças dos novos tempos”, diz. Como se trata de uma mania ainda nova, os riscos de tudo isso ainda estão sendo estudados.

O serviço de cyberterapia, que representa uma novidade no País, no entanto, não é unanimidade no meio psicológico. Há uma corrente de profissionais que defende o tratamento presencial com o olho no olho. Outros, no entanto, não vêem problemas na iniciativa. “O fato é que há pessoas precisando de atendimento em saúde mental que não vão, nunca iriam ou nunca mais voltarão ao consultório tradicional”, afirma Marcelo Salgado. O contato com ele pode ser feito pelo e-mail mssalgado@fortalnet.com.br.

CIBERPSICOLOGIA

Aqui os leitores encontrarão notícias, artigos, textos e opiniões de crande teor cultural e científico sobre psicologia digital e temas afins .

Este blog é uma Criação pelo psicólogo brasileiro e pesquisador pioneiro sobre vida digital Marcelo Sidrião F. Salgado em 30/06/2008 .
Conheca nosso portal em : www.fortalnet.com.br/psyberterapia
Email : mssalgado@fortalnet.com.br

Universidade inglesa terá curso de Ciberpsicologia (Maio de 2008)

A Nottingham Trent University, da Inglaterra, oferecerá o primeiro curso de "Ciberpsicologia", uma nova graduação voltada para a psicologia da vida online.
A nova graduação estudará o comportamento humano em mundos virtuais e olhará para formas de relacionamento, sexualidade e jogos de azar online, conforme noticiou o jornal The Inquirer.

Uma das questões a serem discutidas é como sites de relacionamento modificaram a maneira como as pessoas interagem. Outros assuntos abordados serão cibercrime, educação e aspectos de saúde, redes sociais e inteligência artificial.

Para Monica Whitty, que irá coordenar o curso, o ciberespaço não se limita à Internet, mas também inclui tecnologias como celulares e realidade virtual, entre outras. "O fato de fazerem parte de nossa vida cotidiana significa que devemos entender os assuntos psicológicos", explicou.

Douglas Brown, porta-voz da Sociedade Britânica de Psicologia, vê o novo curso com bons olhos e explicou que esta é uma área em crescimento.